sábado, 29 de novembro de 2014

Papa, em silêncio, reza na Mesquita Azul: "devemos adorar a Deus"

2014-11-29 Rádio Vaticana
Istambul (RV)
Segundo dia da visita do Papa Francisco à Turquia. O Santo Padre deixou a capital turca, Ancara, às 8.30 da manhã, hora local, e se transferiu para Istambul. No aeroporto, foi acolhido pelo Patriarca Ecumênico, Bartolomeu I, pelo Governador da cidade e por algumas autoridades locais.
A seguir, o Papa se dirigiu para a Mesquita Sultan Ahmet, conhecida como Mesquita Azul, uma das mais importantes de Istambul, a bordo de um utilitário, causando surpresa nos jornalistas turcos. O jornal Hurriyet recordou que as autoridades turcas haviam rejeitado o pedido do staff de Francisco para utilizar “um carro modesto” nos deslocamentos durante a visita na Turquia.
Na Mesquita o Pontífice foi recebido pelo Grão-Mufti, por outro Mufti e por dois Imames. Em respeito à tradição, entrou sem calçados. Na Mesquita, o Grão Mufti explicou ao Papa alguns versículos do Alcoorão. Ao chegarem diante da ‘mirhab’, uma niquia de mármore que indica a direção da Meca, o Grão Mufti explicou ao Papa outras passagens do Alcoorão e da origem da palavra “mirhab”, falando também da figura de Zacarias, do nascimento de João, de Isabel e de Maria. Francisco, o terceiro Pontifíce a visitar uma Mesquita, permaneceu alguns minutos recolhido em oração silenciosa – ao lado do Grão-Mufti - com as mãos sobre a cruz peitoral.
“Tratou-se de uma adoração silenciosa”, precisou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, destacando que durante a visita à Mesquita o Papa falou duas vezes “devemos adorar a Deus”, acrescentando que “não devemos somente louvá-lo e glorificá-lo, mas devemos adorá-lo”. “Foi um belo momento de diálogo inter-religioso”, destacou Padre Lombardi, “a mesma, idêntica coisa que fez Bento XVI há oito anos”. O primeiro Pontífice a entrar em um templo muçulmano, foi João Paulo II em 6 de maio de 2001, na Mesquita de Ommayadi, em Damasco.
Após a visita à Mesquita Azul, o Pontífice se dirigiu ao Museu de Santa Sofia, antiga basílica dedicada à Divina Providência, em cujo livro de Ouro, escreveu em grego "Santa Sofia de Deus" e em latim: “Quam dilecta tabernacula tua Domine!” (Como são amáveis as vossas moradas, Senhor dos exércitos!). Contemplando a beleza e a harmonia deste lugar sagrado, a minha alma se eleva ao Todo-poderoso, fonte e origem de toda beleza, e peço ao Altíssimo para guiar sempre os corações da humanidade no caminho da verdade, da bondade e da paz”. (Sl 83)
Depois, o Santo Padre deslocou-se para a sede da Representação Pontifícia, em Istambul, onde foi acolhido por cerca de 50 representantes das Comunidades católicas locais: latina, armênia, síria e caldeia, guiadas por seus respectivos lideres. Ali, o Papa recebeu as boas vindas do Presidente da Conferência Episcopal turca, Dom Ruggero Franceschini. (MT - BF)

(from Vatican Radio)

Reflexão para o 1° Domingo do Advento

2014-11-29 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV)

A graça de Deus nos oferece um novo ano litúrgico e, com ele, nova oportunidade para colocarmos nossa vida de acordo com a mensagem cristã haurida da Sagrada Escritura.
A primeira leitura nos relata uma situação muito difícil na vida do Povo de Israel: ele vive um momento de exílio. Suas cidades foram destruídas, sua população assassinada, inclusive suas crianças, e os que restaram foram feitos escravos. Nessa situação de extrema dor e total carência, os que sobraram dirigem seus olhares para o Senhor, chamando-o de Pai, de Redentor, para que se manifeste e mantenha suas promessas de proteção e amparo.
Deus não se manifesta e aparentemente não mantém as promessas feitas anteriormente. Essa ocasião propicia ao povo um exame de consciência que os leva à conclusão de que foram eles, com suas más ações, que romperam a aliança.
Por outro lado, esse exame mostrou a todos a própria incapacidade de serem fiéis e até a fragilidade de seus atos religiosos.
Nesse momento o povo chegou ao grau máximo de lucidez e percebeu que somente Deus poderia salvá-lo, redimi-lo. Nesse exato momento, de profunda humildade, ele foi salvo.
O Evangelho nos fala em vigiar e vigiar sempre. Quando alguém vigia é porque deseja não ser surpreendido. Quando a enfermeira fica de plantão vigiando um doente em estado grave, ela está atenta para impedir que o quadro da saúde piore; quando um policial permanece de plantão ao lado de um banco, seu intuito é evitar a ação de um ladrão.  
E para Jesus, o que significa para ele vigiar? Para Jesus significa um constante estado de alerta à espera da chegada do mundo novo, ou melhor, do homem novo, dele mesmo, Jesus Cristo, o Messias, o Redentor.Essa vigília significa não dormir no pecado, mas estar acordado pela fé, pela esperança, praticando aquilo que é justiça, que é amor.
Somente aqueles que estão antenados na chegada do Redentor é que irão conhecer o momento e poderão abrir seus corações ao Salvador, como aconteceu em sua primeira vinda.
As pessoas estavam tão voltadas para si mesmas, que não tiveram sensibilidade para perceber a necessidade de uma grávida prestes a dar à luz, e simplesmente se fecharam no seu conforto, mesmo miserável; também aquelas pessoas que não foram lúcidas para distinguir entre um benfeitor que curava, alimentava, perdoava, reconciliava e um bandido, ladrão e assassino, pediram a libertação deste e a crucifixão do outro.
Estejamos acordados, lúcidos para podermos acolher o nosso Salvador. Como os israelitas da primeira leitura, sejamos humildes e abertos ao Redentor. Reconheçamos nossos limites e digamos “Vem Senhor Jesus, Vem”!
Com a frase que encerra o trecho da carta de Paulo da liturgia de hoje, encerramos nossa reflexão:” Deus é fiel; por ele fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso”.
Pe. César Augusto dos Santos SJ
(from Vatican Radio)

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Papa aos consagrados: não tenhais medo de renovar hábitos e estruturas que vos afastam do rebanho

2014-11-28 Rádio Vaticana
Na Sala Clementina o Santo Padre recebeu os participantes na Assembleia Plenária da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica que estão reunidos em Roma de 25 a 29 deste mês de novembro refletindo sobre o tema: “Vinho Novo em Odres Novos”, plenária esta que antecederá a abertura oficial do Ano da Vida Consagrada que terá lugar no próximo dia 30 de novembro. Na ocasião o Papa Francisco recordou que depois do Concílio Vaticano II o Espírito continuou a soprar com força empurrando os institutos para a renovação espiritual e carismática.  O Papa foi direto ao assunto:
“Não devemos ter medo de deixar os “odres velhos”: de renovar aqueles hábitos e estruturas que na vida da Igreja e portanto na vida consagrada, reconhecemos como já não sendo correspondentes a quanto Deus nos pede hoje para fazer o seu Reino no mundo: as estruturas que nos dão falsas proteções e que condicionam o dinamismo da caridade; os hábitos que nos afastam do rebanho ao qual somos enviados e nos impedem de escutar o grito de quantos esperam a Boa Nova de Jesus Cristo.”
O Santo Padre no seu discurso referiu ainda que é preciso estar muito atentos “à seleção e formação dos candidatos à vida consagrada”, pediu espírito de pobreza e muita oração afirmando que rezar não é perder tempo:
“Nós consagrados somos consagrados para servir o Senhor e servir os outros com a Palavra do Senhor. Mas, dizei aos novos membros, por favor, dizei que rezar não é perder tempo, adorar Deus não é perder tempo, louvar Deus não é perder tempo. Se nós consagrados não paramos todos os dias perante Deus na gratuidade da oração, o vinho será vinagre”. (RS)
(from Vatican Radio)

Carta apostólica do Papa Francisco às religiosas e aos religiosos para o início do Ano da vida consagrada- Testemunhas da alegria

2014-11-28 L’Osservatore Romano
«Faço votos por que “desperteis o mundo”, porque a característica da vida consagrada é a profecia». É um forte convite a ser testemunhas credíveis e incisivas na sociedade, a carta apostólica que o Papa Francisco dirigiu a 21 de Novembro às religiosas e aos religiosos, por ocasião da abertura do Ano da vida consagrada, no primeiro domingo de Advento. «Há uma humanidade inteira que espera», escreve o Pontífice pedindo aos consagrados «gestos concretos de hospitalidade» e incentivando a adaptação de obras e de estruturas às novas exigências «da evangelização e da caridade». Um testemunho que exige o selo da alegria: «Somos chamados a experimentar e demonstrar que Deus é capaz de encher o nosso coração e de nos tornar felizes, sem a necessidade de procurar a nossa felicidade noutros lugares».

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Papa aos consagrados: "Não temam a renovação"

2014-11-27 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV)

O Papa recebeu, na manhã desta quinta-feira, cerca de 80 participantes da Plenária da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, em andamento no Vaticano. Francisco fez um agradecimento ao Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito do dicastério, por promover o encontro cujo tema é  “Vinho novo em odres novos”, extraído do Evangelho de São Marcos.
O Pontífice recordou que “não devemos ter medo de reformar hábitos e estruturas que já não respondem ao que Deus nos pede hoje para o seu Reino: estruturas que nos dão falsa proteção e que condicionam o dinamismo da caridade; costumes que nos afastam do rebanho ao qual somos enviados e nos impedem de ouvir o grito daqueles que aguardam a Boa Nova de Jesus Cristo”.
Na sequência, Francisco falou dos desafios que a vida consagrada enfrenta hoje: a resistência de alguns setores às mudanças, a pouca força de atração, a fragilidade de alguns percursos de formação, o interesse por cargos institucionais e ministeriais em detrimento da vida espiritual, a difícil integração das diversidades de cultura e de geração e o problemático equilíbrio do exercício da autoridade e do uso dos bens. O Papa sugeriu aos consagrados que escutem os sinais do Espírito, que abre novos horizontes, sempre a partir do Evangelho e inspirados na audácia criativa de seus fundadores e fundadoras. 
Por fim, como forma de encorajamento, convidou todos a prosseguirem no caminho da renovação iniciado há 50 anos, com o Concílio, avaliando as novidades à luz da Palavra de Deus e à escuta das necessidades da Igreja e do mundo.  
A Plenária se realiza no âmbito da abertura do Ano da Vida Consagrada, programada para 30 de novembro e vai até sábado. (CM)

(from Vatican Radio)

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O Paraíso mais do que um lugar é um estado de alma – o Papa na audiência geral



2014-11-26 Rádio Vaticana
Quarta-feira, 26 de novembro – a chuva que caiu em Roma esta manhã não impediu que estivessem na Praça de S. Pedro largos milhares de peregrinos para saudarem e ouvirem o Papa Francisco durante a audiência geral. Tema da catequese de hoje a Igreja que peregrina em direção ao Reino.
“A Igreja não é uma realidade estática, imóvel, finalizada em si mesma, mas vive na história caminhando continuamente para a meta última e maravilhosa que é o Reino dos Céus, do qual a Igreja na terra é o gérmen e o início.”

Esta citação do Concílio Vaticano II – continuou o Santo Padre – permite-nos dizer que a meta para a qual caminha a Igreja é a:

“…nova Jerusalém, o Paraíso: este, mais do que um lugar, é um «estado de alma no qual se hão-de realizar, de forma superabundante, as nossas expectativas mais profundas e alcançará pleno amadurecimento o nosso ser de criaturas e filhos de Deus.”

Então contemplaremos a Deus face a face – afirmou o Papa – ficando envolvidos completamente pela sua alegria, pela sua paz e pelo seu amor. E quando terá lugar esta passagem final? “Ignoramos o tempo, mas sabemos que há continuidade e comunhão entre a Igreja celeste e a Igreja que ainda caminha sobre a terra, porque, na visão cristã, a distinção fundamental não é entre quem está morto e quem está vivo, mas entre quem está em Cristo e quem não está n’Ele” – declarou o Santo Padre.

Este é o elemento determinante e verdadeiramente decisivo para a nossa salvação, para a nossa felicidade: estar em Cristo – afirmou o Papa Francisco – e “este universo que nos abriga e sustenta, como escreve S. Paulo, também ele será libertado da escravidão da corrupção, para entrar na liberdade gloriosa dos filhos de Deus”.

Portanto, a transformação prometida já começou a realizar-se a partir da morte e ressurreição de Cristo – concluiu o Papa Francisco – e não será uma aniquilação do universo e de tudo o que nos rodeia, mas é uma nova criação que levará todas as coisas à sua plenitude de ser, de verdade e de beleza.

Nesta audiência geral o Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Com grande afeto, saúdo os peregrinos de língua portuguesa, com votos de que possais vós todos dar-vos sempre conta do dom maravilhoso que é pertencer à Igreja. Vele sobre o vosso caminho a Virgem Maria e vos ajude a ser sinal de confiança e esperança no meio dos vossos irmãos. Sobre vós e vossas famílias desça a Bênção de Deus.”
Antes da bênção final e durante as saudações em língua italiana o Papa Francisco pediu as orações de todos para a sua viagem à Turquia neste que será também um novo encontro entre os apóstolos Pedro e André.
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção! (RS)
(from Vatican Radio)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Discurso do Papa Francisco ao Conselho da Europa em Estrasburgo – 25 novembro 2014



2014-11-25 Rádio Vaticana






Senhor Secretário-Geral, Senhora Presidente,
Excelências, Senhoras e Senhores!
Sinto-me feliz por poder tomar a palavra nesta Sessão que vê reunida uma representação significativa da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, os representantes dos países membros, os juízes do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, bem como as diferentes instituições que compõem o Conselho da Europa. De facto, quase toda a Europa está aqui presente, com os seus povos, as suas línguas, as suas expressões culturais e religiosas, que constituem a riqueza deste Continente. De modo particular agradeço ao Secretário-Geral do Conselho da Europa, Senhor Thorbjørn Jagland, o convite gentil e as amáveis palavras de boas-vindas que me dirigiu. Saúdo também a Senhora Anne Brasseur, Presidente da Assembleia Parlamentar. De coração agradeço a todos o empenhamento profuso e a contribuição prestada à paz na Europa através da promoção da democracia, dos direitos humanos e do estado de direito.
Na intenção de seus Pais fundadores, o Conselho da Europa –que celebra este ano o seu sexagésimo quinto aniversário – dava resposta àquela tensão ideal para a unidade que tem animado, repetidamente, a vida do Continente desde a antiguidade. Ao longo dos séculos, porém, muitas vezes prevaleceram ímpetos particularistas conotados com as diversas vontades hegemónicas que se iam sucedendo. Basta pensar que dez anos antes daquele 5 de Maio de 1949, quando se assinou em Londres o Tratado que instituía o Conselho da Europa, tivera início o mais sangrento e dilacerante conflito que estas terras recordam e cujas divisões perduraram por muitos anos sucessivos com a chamada cortina de ferro que dividia em dois o Continente desde o Mar Báltico até ao Golfo de Trieste. O projecto dos Pais fundadores era reconstruir a Europa num espírito de mútuo serviço, que ainda hoje, num mundo mais inclinado a reivindicar do que a servir, deve constituir o fecho da abóbada da missão do Conselho da Europa em favor da paz, da liberdade e da dignidade humana.
Aliás o caminho privilegiado para a paz – para evitar que volte a acontecer o que sucedeu nas duas guerras mundiais do século passado – é reconhecer no outro, não um inimigo a combater, mas um irmão a acolher. Trata-se de um processo contínuo, que não se pode jamais dar como plenamente alcançado. Isto mesmo intuíram os Pais fundadores quando compreenderam que a paz era um bem que se devia conquistar continuamente e exigia uma vigilância absoluta. Estavam cientes de que as guerras se alimentam da vontade de apoderar-se dos espaços, cristalizar os processos e procurar detê-los; eles, ao invés, procuravam a paz, que se pode realizar apenas com a constante disposição de iniciar processos e levá-los por diante.
Afirmavam, assim, a vontade de caminhar maturando no tempo, porque é precisamente o tempo que governa os espaços, iluminando-os e transformando-os numa cadeia de crescimento contínuo que não volta atrás. Por isso, a construção da paz exige privilegiar as acções que geram novos dinamismos na sociedade e envolvem outras pessoas e grupos que hão-de desenvolvê-los até frutificar em importantes acontecimentos históricos[1].
Foi por esta razão que eles deram vida a este Organismo estável. Como recordava alguns anos depois o Beato Paulo VI, «as próprias instituições que, na ordem jurídica e no concerto internacional, têm a função e o mérito de proclamar e de conservar a paz, alcançam o seu próvido objectivo se estiverem a operar continuamente, se souberem a cada momento gerar a paz, fazer a paz»[2]. É preciso um caminho constante de humanização, pelo que «não basta conter a guerra, suspender as lutas, (...) não basta uma Paz imposta, uma Paz utilitária e provisória. É necessário tender para uma Paz amada, livre e fraterna, isto é, fundada sobre a reconciliação dos espíritos»[3]. Por outras palavras, é preciso levar por diante os processos sem ansiedade, mas certamente com convicções claras e tenacidade.
Para conquistar o bem da paz é preciso, antes de mais nada, educar para ela, desterrando uma cultura do conflito que visa amedrontar o outro, marginalizar quem pensa ou vive de forma diferente. É verdade que o conflito não pode ser ignorado ou dissimulado; deve ser aceitado. Mas, se ficamos bloqueados nele, perde-se perspectiva, os horizontes reduzem-se e a própria realidade fica fragmentada. Quando estagnamos na situação de conflito, perdemos o sentido da unidade profunda da realidade[4], paramos a história e caímos no desgaste interior de contradições estéreis.
Infelizmente, a paz é ferida ainda muitas vezes. Isto é verdade em muitas partes do mundo, onde enfurecem conflitos de diverso género. É verdade também aqui na Europa, onde não cessam as tensões. Quanto sofrimento e quantos mortos há ainda neste Continente, que anseia pela paz e contudo volta facilmente a cair nas tentações de outrora! Por isso, é importante e encorajador o trabalho do Conselho da Europa na busca de uma solução política para as crises em acto.
Mas a paz é posta à prova também por outras formas de conflito, como o terrorismo religioso e internacional que nutre profundo desprezo pela vida humana e ceifa, de forma indiscriminada, vítimas inocentes. Infelizmente este fenómeno é alimentado por um tráfico de armas, muitas vezes sem qualquer entrave. A Igreja considera que «a corrida aos armamentos é um terrrível flagelo para a humanidade e prejudica os pobres de uma forma intolerável»[5]. A paz é violada também pelo tráfico de seres humanos, a nova escravatura do nosso tempo que transforma as pessoas em mercadoria de troca, privando as vítimas de toda a dignidade. Depois, não raro damo-nos conta de como estão interligados estes fenómenos. O Conselho da Europa, através das suas Comissões e grupos de peritos, desempenha um papel importante e significativo no combate a tais formas de desumanidade.
A paz, porém, não é a simples ausência de guerras, conflitos e tensões. Na óptica cristã, é simultaneamente dom de Deus e fruto da acção livre e racional do homem, que se propõe perseguir o bem comum na verdade e no amor. «Esta ordem racional e moral assenta precisamente na decisão da consciência dos seres humanos de buscar a harmonia nas suas relações recíprocas sobre a base do respeito da justiça para todos»[6].
Então como perseguir este ambicioso objectivo da paz?
A estrada escolhida pelo Conselho da Europa é, antes de mais nada, a promoção dos direitos humanos, a que se liga o desenvolvimento da democracia e do estado de direito. É um trabalho particularmente precioso, com notáveis implicações éticas e sociais, já que, de um recto entendimento destes termos e de uma reflexão constante sobre eles, depende o desenvolvimento das nossas sociedades, a sua pacífica convivência e o seu futuro. Este estudo é uma das grandes contribuições que a Europa ofereceu e continua a oferecer ao mundo inteiro.
Por isso, nesta sede, sinto o dever de lembrar a importância da contribuição e responsabilidade europeias para o desenvolvimento cultural da humanidade. E gostaria de o fazer partindo de uma imagem que tomo dum poeta italiano do século XX, Clemente Rebora, que, numa das suas poesias[7], descreve um álamo com os seus ramos erguidos para o céu e movidos pelo vento, o seu tronco sólido e firme e as raízes profundas que penetram na terra. Em certo sentido podemos, à luz desta imagem, imaginar a Europa.
Ao longo da sua história, sempre se ergueu para o alto, para metas novas e ambiciosas, animada por um desejo insaciável de conhecimento, desenvolvimento, progresso, paz e unidade. Mas a elevação do pensamento, da cultura, das descobertas científicas só é possível graças à solidez do tronco e à profundidade das raízes que o alimentam. Se se perdem as raízes, o tronco lentamente se esvai e morre, e os ramos – antes vigorosos e direitos – dobram-se para a terra e caem. Aqui está talvez um dos paradoxos mais incompreensíveis para uma mentalidae científica isolada: para caminhar para o futuro serve o passado, são necessárias raízes profundas e serve também a coragem de não se esconder face ao presente e seus desafios. Servem memória, coragem e utopia sadia e humana.
Entretanto – observa Rebora - «o tronco penetra onde é mais verdadeiro»[8]. As raízes nutrem-se da verdade, que constitui o alimento, a seiva vital de toda e qualquer sociedade que queira ser verdadeiramente livre, humana e solidária. Por outro lado, a verdade faz apelo à consciência, que é irredutível aos condicionamentos e, por isso, é capaz de conhecer a sua própria dignidade e de se abrir ao absoluto, tornando-se fonte das opções fundamentais guiadas pela procura do bem para os outros e para si mesma e lugar duma liberdade responsável[9].
Além disso, é preciso ter presente que, sem esta busca da verdade, cada um torna-se medida de si mesmo e do seu próprio agir, abrindo a estrada à afirmação subjectivista dos direitos, de tal modo que o conceito de direito humano, que de per si tem valência universal, é substituído pela ideia de direito individualista. Isto leva a ser substancialmente descuidado para com os outros e favorecer a globalização da indiferença, que nasce do egoísmo, fruto duma concepção do homem incapaz de acolher a verdade e viver uma autêntica dimensão social.
Um tal individualismo torna-nos humanamente pobres e culturalmente estéreis, porque corta realmente aquelas raízes fecundas sobre as quais se enxerta a árvore. Do individualismo indiferente nasce o culto da opulência, a que corresponde a cultura do descarte onde estamos imersos. Na realidade, temos demasiadas coisas, muitas vezes desnecessárias, mas já não somos capazes de construir relações humanas autênticas, caracterizadas pela verdade e o respeito mútuo. E assim temos hoje diante dos olhos a imagem duma Europa ferida pelas inúmeras provações do passado, mas também pelas crises do presente que parece incapaz de enfrentar com a vitalidade e a energia de outrora; uma Europa um pouco cansada e pessimista, que se sente assediada pelas novidades provenientes dos outros Continentes.
À Europa, podemos perguntar: Onde está o teu vigor? Onde está aquela tensão ideal que animou e fez grande a tua história? Onde está o teu espírito de curiosidade e empreendimento? Onde está a tua sede de verdade, que comunicaste com paixão ao mundo até agora?
Da resposta a estas perguntas dependerá o futuro do Continente. Aliás, voltando à imagem de Rebora, um tronco sem raízes pode continuar a ter aparência de vida, mas por dentro esvai-se e morre. A Europa deve reflectir se o seu imenso património humano, artístico, técnico, social, político, económico e religioso é um simples legado de museu do passado, ou se ainda é capaz de inspirar a cultura e descerrar os seus tesouros à humanidade inteira. Na resposta a esta questão, tem um papel de primária importância o Conselho da Europa, com as suas instituições.
Penso particularmente no papel do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que constitui de certo modo a «consciência» da Europa no respeito dos direitos humanos. A minha esperança é que esta consciência mature cada vez mais, não por um mero consenso entre as partes, mas como fruto da tensão para aquelas raízes profundas que constituem os alicerces sobre os quais escolheram edificar os Pais fundadores da Europa contemporânea.
Juntamente com as raízes – que é preciso procurar, encontrar e manter vivas com o exercício diário da memória, pois constituem o património genético da Europa –, existem os actuais desafios do Continente que nos obrigam a uma criatividade contínua, para que estas raízes sejam fecundas nos dias de hoje e se projectem para as utopias do futuro. Permitam-me mencionar dois apenas: o desafio da multipolaridade e o da transversalidade.
A história da Europa pode levar-nos a concebê-la ingenuamente como uma bipolaridade ou, no máximo, um tripolaridade (pensemos na antiga concepção: Roma - Bizâncio - Moscovo) e, dentro deste esquema fruto de reducionismos geopolíticos hegemónicos, movermo-nos na interpretação do presente e na projecção para a utopia do futuro.
Hoje as coisas não estão assim e podemos, legitimamente, falar de uma Europa multipolar. As tensões – tanto aquelas que constroem como as que desagregam – verificam-se entre múltiplos pólos culturais, religiosos e políticos. Hoje, a Europa enfrenta o desafio de «globalizar» de forma original esta multipolaridade. As culturas não se identificam necessariamente com os países: alguns deles têm várias culturas, e algumas culturas exprimem-se em vários países. E o mesmo acontece com as expressões políticas, religiosas e associativas.
Globalizar de forma original a multipolaridade implica o desafio de uma harmonia construtiva, livre de hegemonias que, embora pragmaticamente pareçam facilitar o caminho, acabam por destruir a originalidade cultural e religiosa dos povos.
Falar da multipolaridade europeia significa falar de povos que nascem, crescem e se projectam para o futuro. A tarefa de globalizar a multipolaridade da Europa não a podemos imaginar com a figura da esfera – onde tudo é igual e ordenado, mas redutora porque cada ponto é equidistante do centro –, mas sim com a do poliedro, onde a unidade harmoniosa do todo conserva a singularidade de cada uma das partes. Hoje, a Europa é multipolar nas suas relações e tensões; não se pode pensar nem construir a Europa sem assumir profundamente esta realidade multipolar.
O outro desafio que gostaria de mencionar é a transversalidade. Parto duma experiência pessoal: nos encontros com os políticos de vários países da Europa, pude notar que os políticos jovens encaram a realidade duma perspectiva diferente da dos seus colegas mais idosos. Talvez digam coisas aparentemente semelhantes, mas a abordagem é diferente. Isto verifica-se nos jovens políticos dos diferentes partidos. Este dado empírico indica uma realidade da Europa actual, de que não se pode prescindir no caminho da consolidação do Continente e da sua projecção futura: ter em conta esta transversalidade que se observa em todas as áreas. Isto não se pode conseguir sem recorrer ao diálogo, nomeadamente intergeracional. Se hoje quiséssemos definir o Continente, deveríamos falar duma Europa dialogante que faz com que a transversalidade de opiniões e reflexões esteja ao serviço dos povos harmoniosamente unidos.
Assumir este caminho de comunicação transversal implica não só empatia geracional, mas também metodologia histórica de crescimento. No mundo político actual da Europa, resulta estéril o diálogo circunscrito apenas aos organismos (políticos, religiosos, culturais) a que se pertence. Hoje, a história pede a capacidade de sair para o encontro a partir das estruturas que «contêm» a própria identidade a fim de a tornar mais forte e mais fecunda no confronto fraterno da transversalidade. Uma Europa que dialogue apenas dentro dos grupos fechados a que se pertence fica a meia estrada; há necessidade do espírito juvenil que aceite o desafio da transversalidade.
Nesta perspectiva, congratulo-me com a vontade do Conselho da Europa de investir no diálogo intercultural, incluindo a sua dimensão religiosa, através dos Encontros sobre a dimensão religiosa do diálogo intercultural. Trata-se de uma ocasião profícua para um intercâmbio aberto, respeitoso e enriquecedor entre pessoas e grupos de diferente origem, tradição étnica, linguística e religiosa, num espírito de compreensão e respeito mútuo.
Tais encontros parecem ser particularmente importantes no actual ambiente multicultural, multipolar, em busca de um rosto próprio para conjugar, sapientemente, a identidade europeia formada ao longo dos séculos com as solicitações que chegam dos outros povos que agora assomam ao Continente.
Nesta lógica, se deve entender a contribuição que o cristianismo pode proporcionar, actualmente, ao desenvolvimento cultural e social europeu no âmbito duma correcta relação entre religião e sociedade. Na óptica cristã, razão e fé, religião e sociedade são chamadas a iluminar-se reciprocamente, apoiando-se uma à outra e, se necessário, purificando-se mutuamente dos extremismos ideológicos em que podem cair. A sociedade europeia inteira só pode beneficiar de uma revitalizada conexão entre os dois âmbitos, tanto para enfrentar um fundamentalismo religioso que é inimigo sobretudo de Deus, como para obstar a uma razão «reduzida» que não honra o homem.
Estou convencido de que pode haver mútuo enriquecimento num grande número de temas actuais, em que a Igreja Católica – especialmente através do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) – pode colaborar com o Conselho da Europa e prestar uma contribuição fundamental. Em primeiro lugar, à luz do que disse anteriormente, temos o âmbito duma reflexão ética sobre os direitos humanos, acerca dos quais muitas vezes a vossa Organização é chamada a reflectir. Penso, em particular, nos temas relacionados com a protecção da vida humana, questões sensíveis que precisam de ser submetidas a um exame cuidadoso que tenha em conta a verdade do ser humano integral, sem se limitar a específicos âmbitos médicos, científicos ou jurídicos.
De igual modo são numerosos os desafios do mundo contemporâneo que necessitam de estudo e de um empenhamento comum, a começar pelo acolhimento dos imigrantes, que precisam primariamente do essencial para viver, mas sobretudo que lhes seja reconhecida a sua dignidade de pessoas. Temos depois o grave problema do trabalho em toda a sua amplitude, especialmente pelos altos níveis de desemprego juvenil que se registam em muitos países – uma real hipoteca que grava sobre o futuro – mas também pela questão da dignidade do trabalho.
Espero vivamente que se instaure uma nova cooperação social e económica, livre de condicionalismos ideológicos, que saiba encarar o mundo globalizado, mantendo vivo o sentimento de solidariedade e caridade mútua que tanto caracterizou o rosto da Europa, graças à obra generosa de centenas de homens e mulheres – alguns considerados Santos pela Igreja Católica – que, ao longo dos séculos, se esforçaram por desenvolver o Continente seja através da actividade empresarial seja com obras de educação, de assistência e de promoção humana. Especialmente estas últimas constituem um importante ponto de referência para os numerosos pobres que vivem na Europa. E há tantos nas nossas estradas! Pedem não só o pão para se sustentarem, que é o mais elementar dos direitos, mas também para se redescobrir o valor da sua vida, que a pobreza tende a fazer esquecer, e reencontrar a dignidade conferida pelo trabalho.
Por fim, entre os temas que requerem a nossa reflexão e a nossa colaboração, temos a defesa do meio ambiente, desta nossa amada Terra, o grande recurso que Deus nos deu e está à nossa disposição, não para ser deturpada, explorada e vilipendiada, mas para que, gozando da sua beleza imensa, possamos viver com dignidade.
Senhora Presidente, Senhor Secretário-Geral, Excelências, Senhoras e Senhores!
O Beato Paulo VI definiu a Igreja «perita em humanidade»[10]. No mundo, à imitação de Cristo, ela – apesar dos pecados dos seus filhos – nada mais procura que servir e dar testemunho da verdade[11]. Nada mais, à excepção deste espírito, nos guia no apoio dado ao caminho da humanidade.
Com esta disposição de espírito, a Santa Sé pretende continuar a colaborar com o Conselho da Europa, que desempenha actualmente um papel fundamental para forjar a mentalidade das futuras gerações de europeus. Trata-se de realizar, juntos, uma reflexão a todo o campo, para que se estabeleça uma espécie de «nova ágora», na qual cada instância civil e religiosa possa livremente confrontar-se com as outras, naturalmente na separação dos âmbitos e na diversidade das posições, animada exclusivamente pelo desejo de verdade e de construir o bem comum. De facto, a cultura nasce sempre do encontro mútuo, tendente a estimular a riqueza intelectual e a criatividade de quantos nele participam; e isto, além de ser a actuação do bem, é beleza. Os meus votos à Europa são de que, redescobrindo o seu património histórico e a profundidade das suas raízes, assumindo a sua viva multipolaridade e o fenómeno da transversalidade dialogante, encontre novamente aquela juventude de espírito que a tornou fecunda e grande.
Obrigado!

[1] Cf. Exort. ap. Evangelii gaudium (24 de Novembro de 2013), 223.
[2] Mensagem para o VIII Dia Mundial da Paz (8 de Dezembro de 1974).
[3] Ibidem.
[4] Cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 226.
[5] Catecismo da Igreja Católica, 2329. Cf. CONC. ECUM. VAT. II, Const. past. Gaudium et spes, 81.
[6] JOÃO PAULO II, Mensagem para o XV Dia Mundial da Paz (8 de Dezembro de 1981), 4.
[7] «Vibra nel vento con tutte le sue foglie / il pioppo severo; / spasima l'aria in tutte le sue doglie / nell'ansia del pensiero: / dal tronco in rami per fronde si esprime/ tutte al ciel tese con raccolte cime: / fermo rimane il tronco del mistero, / e il tronco s'inabissa ov'è più vero»: «Il pioppo» in Canti dell'Infermità (ed. Vanni Scheiwiller, Milão 1957), 32.
[8] Ibidem.
[9] Cf. JOÃO PAULO II, Discurso à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (Estrasburgo, 8 de Outubro de 1988), 4.
[10] Carta enc. Populorum progressio, 13.
[11] Cf. Ibid., 13.
(from Vatican Radio)

Dia Nacional de Ação de Graças

2014-11-25 Rádio Vaticana
Rio de Janeiro (RV) 

É interessante que as nações instituíram um dia para agradecer a Deus pela colheita, pelo ano que finda. Esse dia não é uma iniciativa das religiões e sim dos governos. Mas, sem dúvida, tem muito a ver com a ação de graças que fazemos a Deus a quem reconhecemos como doador de dons para nós. Mesmo não fazendo parte do calendário religioso e sim civil esse dia é uma oportunidade para rezarmos e levarmos o nosso coração para estar mais próximo de Deus e, consequentemente, também de nossos irmãos e irmãs.
No Brasil acontece em novembro, esse Dia Nacional de Ação de Graças. Neste ano, a data será comemorada no dia 27, a quarta quinta-feira do mês. Ele foi instituído no Brasil por meio de Lei Federal 781/49. Em nossa Arquidiocese haverá um Te Deum, no Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua, Igreja Matriz de Santana às 15hs: convidamos a todos os nossos irmãos e irmãs para celebrarmos a ação de graças pelos muitos benefícios que Deus tem concedido a todo o povo do Rio de Janeiro.
Por isso este momento de agradecimento é o dia observado como "um dia de gratidão" a DEUS pelos acontecimentos (a boa colheita) ocorridos durante o ano. Neste dia, as pessoas dão as graças com festas e orações em família. Em nossa Arquidiocese, somos enquanto Igreja Particular, chamados a nos reunir na Paróquia de Santana.
Nos EEUU e no Canadá, é feriado nacional - Thanksgiving. É um feriado comemorado anualmente nos EUA na quarta quinta-feira de novembro. No Canadá a Thanksgiving é comemorado na segunda segunda-feira de outubro. Esse dia no hemisfério norte está ligado a colheita.
O Dia de Ação de Graças se destaca porque é instituído pelos países que querem ter um dia de agradecimento, de forma, que todas as pessoas podem celebrá-lo da maneira como quiserem.
As tradições em alguns países são fazer uma refeição com amigos ou com a família e agradecer pelo que se tem e pelo que 'colheu' no ano que passou.
O primeiro Thanksgiving foi comemorado pelos colonos e índios americanos da colônia Nova Inglaterra no início do século 17, com a intenção de agradecer a Deus pela ótima colheita daquele ano. 
Sua verdadeira origem, entretanto, remonta aos festivais de colheita tradicionais em muitas partes do mundo desde tempos antigos. Hoje em dia o dia de Ação de Graças é uma comemoração da vida doméstica, centrado na casa e na família.
No ano de 1909, Joaquim Nabuco, embaixador do Brasil nos EUA assistiu ao dia de Ação de Graças e, impressionado, declarou: "quisera que toda a humanidade se unisse neste mesmo dia, para um Universal agradecimento a Deus".
O presidente Eurico Gaspar Dutra instituiu o Dia Nacional de Ação de Graças, em 17/08/49. O presidente Marechal Castelo Branco o regulamentou no ano de 1965, oficializando “a quarta quinta-feira do mês de novembro para a comemoração em todo território Nacional".
O DNAG pode ser comemorado de muitas maneiras, mas nós como católicos, o que devemos fazer neste dia é agradecer, é bendizer, é rezar, é impetrar aos céus nossas ações de graças por tanta coisa boa que acontece em nossa caminhada e não agradecemos.
Comente com todos sobre a importância deste momento, ressaltando que este tipo de ajuntamento, certamente contribuirá para aumento da fraternidade, da união, da gratidão entre as pessoas, da solidariedade, inclusive com os menos favorecidos, através de uma ação social. Ter um coração agradecido e comprometido com Deus poderá contribuir para a diminuição da violência e a promoção da paz! E, mais do que isso, convide seus amigos para juntos rezarmos a Deus na Igreja de Santana.
Por ser uma data prevista no calendário oficial brasileiro, este dia deve ser celebrado em todo território nacional. Onde quer que você esteja, manifeste sua gratidão a DEUS e às pessoas. Como por exemplo: em seus diferentes grupos de convivência: familiares, amigos, colegas de trabalho, grupo de caminhada, ciclismo, trilha, futebol, nos grupos de oração, na sua comunidade, na sua pastoral, associação,  movimento, etc… Nas instituições: de saúde, trabalho, educacionais, sociais, religiosas, políticas, jurídicas, desportivas, militares, ONGs, etc…Nas comunidades residenciais, como: condomínios em geral, comunidades de bairro e comunidades de brasileiros no exterior.
São as nações reconhecendo a ação de Deus e dando graças a Ele louvando e bendizendo por ter estado ao nosso lado cada dia de nossas vidas.
Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.
(from Vatican Radio)