terça-feira, 14 de outubro de 2014

Sínodo, o caminho misericordioso rumo ao acolhimento

2014-10-14 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV)

“Os divorciados continuam sendo pais e não devem descarregar o peso de sua dor nos filhos”: é o que pensa o arcebispo de Viena, Cardeal Cristoph Schoenborn, segundo comentou segunda-feira, 13, após a leitura do Relatório sobre os debates da primeira semana de trabalhos do Sínodo.
Recordando também a sua experiência de filho de divorciados – o que foi causa de ‘grande sofrimento’, como revelou – o cardeal explicou que “a família unida permanece um sonho, mas de tipo instintivo e não intelectual”.
“Por isso – concluiu – acho muito positivo que a Igreja tenha realmente captado, nestes trabalhos sinodais, o espírito de ‘hospital de campo’ que cuida das feridas, assim como encorajado pelo Papa”.
Na mesma linha de otimismo, o Cardeal Walter Kasper, Presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, opinou que “o curso do Sínodo, depois dos debates da primeira semana, é muito positivo”. O teólogo a quem o Papa confiou o relatório sobre a Família no último consistório, em fevereiro, expressou a sua satisfação, e declarou que “a Igreja é a luz que caminha num mundo em movimento”.
O cardeal alemão defendeu o acolhimento na Igreja de pessoas que até hoje estavam às margens, como divorciados e homossexuais.
Observa-se, no entanto, que “as reflexões propostas são fruto do diálogo sinodal, realizado em grande liberdade e num estilo de recíproca escuta, mas o objetivo é levantar questões e indicar perspectivas, que serão amadurecidas com a reflexão das Igrejas locais no ano que nos separa da Assembleia geral ordinária do Sínodo, marcada para outubro de 2015”.
Esta foi a explicação conclusiva do relator, Cardeal Peter Erdo, arcebispo de Budapeste, que acrescentou esperar que “o caminho colegial dos bispos e o envolvimento de todo o povo de Deus, sob a ação do Espírito Santo, possam nos guiar para encontrarmos caminhos de verdade e de misericórdia para todos”. “Este é o desejo apontado pelo Papa no início dos trabalhos, quando nos convidou à coragem da fé e à acolhida humilde e honesta da verdade, na caridade”.

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